Luiz Antonio Domingues Filho e Sandro Guerreiro
Limite de clientes, fiscalização de horário e uso de uniformes obrigatórios podem ser alguns empecilhos na vida do personal trainer em academias. Para muitas pessoas, treinar sozinho na academia não é uma tarefa das mais fáceis. Grande parte, quando decide incluir a atividade física na rotina, tende a se desmotivar e desistir. Assim, o mercado para personal trainer continua aquecido, sendo crescente o número de pessoas que buscam um serviço qualificado e individualizado. “Todos querem ter um personal trainer, porém, esse serviço ainda é caro. Então, normalmente quem adquire o serviço são pessoas que gostam de treinar, querem resultados mais rápidos, precisam otimizar tempo, ou até mesmo, possuem necessidades físicas e de saúde”, afirma Sandro Guerreiro.
O que vale mais a pena para o Personal Trainer? Atuar dentro de academias ou buscar seu próprio espaço para realizar seu serviço? Segundo Luiz Antonio Domingues Filho, proprietário do In Forma: Centro de Atividade Corporal, e sócio do Tudo Fit, existem vantagens e desvantagens ao profissional que opta trabalhar em academias. “A principal vantagem começa pela parte estrutural, já que a academia possui recepção, banheiro, equipamentos, entre outros, que facilitam o conforto e praticidade na hora do treino, e o profissional não precisa se preocupar com os gastos. Pelo lado contábil é fantástico!”, afirma Luiz Antonio Domingues Filho, acrescentando que “a academia também possui seu próprio departamento de marketing, e isso pode ajudar a novos alunos procurarem o serviço. Há a comodidade de as pessoas irem até você, além da oportunidade de você aprender novas técnicas e conceitos com outros profissionais que atuam no espaço”.
Por outro lado, também existem desvantagens, como por exemplo, a concorrência de novos profissionais com outros mais experientes, sendo necessária uma melhora na identidade e marketing pessoal. “O início de carreira faz com que o profissional cobre bem menos do que deveria. Mas, o grande problema, é esse professor não saber fazer reajustes com seus clientes. A maioria não faz”, relata Luiz Antonio Domingues Filho. “Algumas academias exigem que o profissional trabalhe no local, impõe o uso de uniformes, exigem que os clientes de personal façam um contrato no mínimo trimestral, definem o espaço que pode ser utilizado para treino, limita o número de sessões e de clientes para o professor, fiscalizando até seus horários. Você se torna um empregado sem ser empregado”, diz.
Valor mínimo do espaço alugado pelo Personal Trainer é em torno de R$ 15,00 por cliente. Os formatos de taxas variam entre academias, sendo que na academia onde trabalho são valores fixos separados por horários, de 4 em 4 horas, chamados de blocos. Personal Trainers que são funcionários da academia tem condições melhores de pagamento e valores menores”, conta Sandro. Por isso, o valor do serviço cobrado pelo personal trainer vai depender da carga horária, localização e tipo de objetivo, sendo os preços muito relativos. Vale ressaltar que na maioria das academias o contrato não é formalizado, fazendo com que o profissional seja prejudicado. “A maioria faz contrato boca a boca. Alguns proprietários preferem não ter nenhum tipo de vínculo. Por isso, o profissional deve avaliar com muita cautela se realmente irá valer a pena atuar naquele local”, alerta Luiz Antonio Domingues Filho.
Tipos de clientes para o Personal Trainer. Hoje, existem vários perfis de alunos, tendo em vista idade, sexo e localização da academia, porém a grande maioria que se interessa por esse serviço são adultos estabelecidos financeiramente, que por causa de problemas de saúde, contratam o personal trainer, em busca de uma orientação mais adequada. Além disso, há quem procure pela estética. “Temos dois tipos de clientes os vaidosos e os com necessidades. Os vaidosos costumam seguir o ritmo de academia. Já os com necessidades nem sempre se adaptam a academia e acabam pedindo para realizarmos os treinos em suas residências ou escritórios, pois sentem o ambiente competitivo”, explica Luiz Antonio Domingues Filho. Para ele, essa desmotivação pode ser ocasionada pela postura do profissional, que se limita a sala de personal training da academia e não explora novos espaços para por em prática o treinamento. “A gente percebe hoje que, de uma forma ou de outra, a maioria se resume a uma sala de personal training, e às vezes deixa de explorar outros espaços. Por exemplo, tem uma academia no shopping, o profissional faz tudo apenas lá dentro, e esquece que ao redor existem praças onde atividades ao ar livre poderiam ser ministradas. O serviço se torna cômodo”, afirma Luiz Antonio Domingues Filho.
De olho no mercado de Personal Trainer. “O mercado esta muito crescente, sendo a demanda para personal training muito grande. Por isso, recomendo que os profissionais avaliem se compensa dar apenas aulas em uma academia ou criar novas alternativas, como um planejamento que mescla ar livre com academia, ou até mesmo, um projeto para um estúdio de personal training“, aconselha Luiz Antonio Domingues Filho, finalizando “o profissional deve acreditar e nunca desistir. Você começa com bastante cliente e depois perde alguns, mas a área da saúde nos apoia e indica, e o mercado está aquecido, devemos apostar”.
Por Luiz Antonio Domingues Filho e Sandro Guerreiro para portal de Educação Física.